Dados mundiais apontam que o congelamento de embriões é uma importante ferramenta para o tratamento de casais inférteis. Hoje em dia, em mais de 50% dos casos, o mesmo ciclo em que a paciente usa hormônios para induzir a ovulação e aumentar o número de óvulos para FIV, não é usado para a transferência de seus embriões.
Dosagens de estradiol e progesterona, assincronia entre endométrio e crescimento embrionário, biópsia embrionária ou até mesmo risco de hiperestímulo ovariano são algumas das indicações para congelamento dos embriões e transferência adiada.
Os resultados de transferência de embriões congelados na Insemine são animadores em termos de gestação, com mais de 45% de gestação por tentativa.
No preparo do endométrio para receber o embrião previamente congelado, existem duas alternativas: (A) Preparo artificial – fazemos a sincronização do endométrio embrião com uso de hormônios ou (B) Preparo natural – utilizamos o próprio ciclo da paciente.
Mas e quanto aos desfechos obstétricos?
Para avaliar isso, recentemente foi publicada uma revisão sobre esse tema com os seguintes resultados:
- Ciclos naturais de preparo endometrial (onde ocorre ovulação) têm prognóstico obstétrico melhor do que ciclos artificiais com fetos de peso normal e uma menor prevalência de pré-eclâmpsia, hipertensão durante a gestação, hemorragia pós-parto e trabalho de parto prematuro.
- O uso de progesterona, que é recomendado, também diminui o risco de trabalho de parto prematuro.
Portanto, devemos ficar atentos e tentar utilizar ao máximo os ciclos naturais para a sincronização do endométrio com embrião e monitorarmos aquelas mulheres que utilizaram ciclo artificial, pelo aumento de sua morbidade obstétrica.