Miomas são associados frequentemente a sangramento uterino anormal. Entretanto, com o aumento no número de mulheres com mais de 35 anos tentando engravidar, esses tumores também têm sido diagnosticados nesta população específica.
Fica fácil entender a associação de miomas com infertilidade quando estão localizados na região submucosa. Mas qual a relação dos miomas intramurais (classificados como 3 pela FIGO) com a infertilidade?
Para responder essa pergunta foi realizada uma pesquisa, recentemente publicada na Fertility Sterility:
The effect of $6 cm sized noncavity-distorting intramural fibroids on in vitro fertilization outcomes: a systematic review and meta-analysis
Classificação de miomas pela FIGO
- Intacavitário, pediculado
- Submucosa < 50% intramural
- Submucoso > 50% intramural
- Intramural, tangenciando o endométrio
- Intramural
- Subseroso > 50% Intramural
- Subseroso < 50% Intramural
- Outros (ex: cervical parasital)
A revisão sistemática englobou 803 artigos e selecionou 5 para avaliar miomas com menos de 6 cm, classificados como 3 pela FIGO (intramurais sem abaular a cavidade endometrial). Fica claro que quanto maiores são os miomas (dentro desta faixa de diâmetro médio), maior é o impacto reprodutivo. Aqueles miomas com 6 cm, por exemplo, reduzem em 50% as chances desta mulher ter um filho.
Vale lembrar que o artigo não avalia opções de tratamento. É importante sempre individualizar e discutir qual a melhor estratégia, levando em consideração a idade da paciente, tempo que está tentando gestar e exames do parceiro.
Miomas menores, com menos de 2 cm, não tiveram a associação com diminuição da fertilidade, o que mostra a relação direta do tamanho dos miomas com a dificuldade de gestar, mesmo nos casos que não apresentam componente submucoso.